domingo, 7 de novembro de 2010

O velho novo





O silêncio no carro ganhava proporções incalculáveis era um sentimento ambivalente
lidando com uma sensação de liberdade e ao mesmo tempo um vazio que lhe corroía a alma.
Ao telefone uma amiga ouvia as palavras que lhe escapavam sem muito sentido
e ao ligar o carro era como se o um novo mundo surgisse a sua frente.
Momentos se modificavam, se transformavam e de repente nada daquilo que viveu por um ano
lhe fazia sentido e estar diante ao novo lhe trazia medos ocultos, contudo nunca esteve tão certa.
Encarar o fim não parecia tão amargo assim agora que estava feito.
Foi preciso três amigas, um corsinha velho e tudo estaria bem, tudo realmente ficaria muito bem.
Encarar as fotos era reflexo de uma vida que já não existia para si
rasgar cada pedacinho do passado pareceu uma forma sensata de deixar pra trás
e junto com as fotos se foram sonhos e planos, medos e receios, palavras e carinhos,
mas isso já não assustava e era completamente renovador.
Um bar escuro, ao som de um bom rock foi a melodia perfeita num Domingo chuvoso para espantar os piores fantasmas.
Pronta para se livrar de suas tolices e encarar a vida plena de suas novas vontades
ela estava pronta!
Ela simplesmente tinha mundo a descobrir...

Um comentário:

  1. Nina, eu adorei.
    To precisando disso.. rs.
    Mas queria que este barzinho fosse em um lugar bem distante, que eu ainda não conheço...
    Sair por aí, sem rumo, sem lenço e sem documento.
    "Há um tempo em que preciso abandonar as roupas velhas e usadas que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (F.Pessoa)

    BeijO

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Um trecho a mais.